ENTREVISTA
Com o objetivo de demonstrar como ocorre o êxodo, quais
os motivos que levam à migração e entender as expectativas e dificuldades
encontradas na metrópole, optamos por realizar uma entrevista com três pessoas
que saíram do interior baiano em direção à Salvador. Confira a entrevista
abaixo e descubra as razões e diferentes histórias:
1. Qual seu nome, idade e qual sua cidade
de origem?
Manoel:
Meu nome é Manoel Messias, tenho 26 anos e sou de Guanambi.
Romualdo: Romualdo Carneiro Rios, 51
anos, Pé de Serra.
João Marcelo: João Marcelo Farias, tenho
24 anos e sou de Feira de Santana.
2. Quando mudou de cidade?
Manoel: Mudei
para Salvador quando tinha 18 anos.
Romualdo: Mudei aos 14 anos para
Feira de Santana, e há 25 anos estou morando em Salvador.
João Marcelo: No segundo semestre de 2007.
3. Por que você quis ou precisou mudar de
cidade?
Manoel: Eu
já tinha vontade de vir para a Capital, para isso, prestei vestibular da UFBA
do curso que eu queria, que era arquitetura, e passei. Achei que precisa disso
para evoluir.
Romualdo: Precisei me mudar
para trabalhar e estudar, vim pra Salvador porque consegui um emprego
melhor, como representante comercial e atuava na região metropolitana.
João Marcelo: Eu quis mudar de cidade, porque eu passei no
vestibular da UFBA . Penso que se tratava de um ensino jurídico de boa
qualidade, em um local onde eu poderia ter melhores oportunidades, tanto
profissionais, quanto acadêmicas.
4. Você gostou da mudança? Quais as suas
expectativas?
Manoel: Gostei
sim, me tornei mais independente, abri
minha mente em muitos aspectos , porque no interior morava com meus pais que
são extremamente conservadores e não tinha muita oportunidade de ver o mundo
além daquilo. Gostei muito da mudança e não me arrependo de forma alguma. Além
disso, realizei o meu principal objetivo, fiz um ótimo curso na universidade.
Todas as minhas expectativas foram e estão sendo alcançadas.
Romualdo: Sim, tudo que construí, foi fruto da minha mudança. Concluí meus
estudos, arranjei um emprego no banco, conheci minha esposa, tive meus filhos,
e há 25 anos estou morando em Salvador. Tive uma oportunidade de emprego de representante comercial,
e há 3 anos fiz o curso para ser corretor de imóvel, minha atual profissão.
Minha expectativa é atuar na área de vendas imobiliárias, profissão que em
salvador está crescendo bastante.
João Marcelo: Sim,
eu gostei da mudança porque abriu meus olhos para novas possibilidades, para o convívio
com pessoas de realidades bastante diferentes e me trouxe amadurecimento, pelo
fato de eu morar sozinho atualmente. Tenho a expectativa de permanecer na
cidade estudando e, eventualmente, lecionando na instituição da qual sou
egresso, bem como me inserindo no mercado de trabalho soteropolitano.
5. Quais foram as dificuldades encontradas
na cidade?
Manoel: Eu na verdade não tive
grandes dificuldades, porque vinha muito a Salvador quando ainda morava na
minha cidade. A coisa que mais me incomodou foi ter que enfrentar o trânsito.
Não era como hoje, mas comparado com Guanambi, era muito mais estressante,
afinal lá não há muito movimento de carros. Mas para isso, procurei morar perto
na universidade e próximo ao centro.
Romualdo: Tive um pouco de dificuldade
de lidar com muito movimento, como ruas com muito movimento de pessoas e
carros. Não digo que foi bem dificuldade, e sim estranhamento. Mas, consegui
superar isso com muita tranquilidade.
João Marcelo: A mobilidade urbana e a
constante sensação de insegurança.
6. Pretende voltar para cidade Natal? Por
quê?
Manoel: Na
verdade, quando me formei voltei para Guanambi para trabalhar, mas não consegui
me readaptar a vida lá e voltei para Capital. Hoje moro aqui, trabalho na minha
área e estou satisfeito. Não penso em voltar para lá, a não ser para visitar os
familiares.
Romualdo: No momento não. Mas
não sabemos do futuro. Gosto de Salvador e quero sempre ter meus filhos por
perto, todos moram aqui e sem falar da minha profissão, aqui tenho mais oportunidades.
João
Marcelo: No momento não, pois tenho expectativas profissionais de permanecer
na cidade e aqui tenho condições de me especializar de maneira mais completa.
Dentre os motivos que geram o êxodo para
metrópoles, destacam-se: a busca de empregos com boa
remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas,
enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infraestrutura e serviços
diversos (hospitais, transportes, educação, etc). Mas, diante dessa
entrevista, percebe-se que a maioria dessas pessoas fazem essas mudanças por
melhor oportunidade de trabalho e educação acadêmica.
AUTORA: Adriana Pitanga
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