domingo, 19 de maio de 2013

DE FRENTE COM ADRIANA


ENTREVISTA




            Com o objetivo de demonstrar como ocorre o êxodo, quais os motivos que levam à migração e entender as expectativas e dificuldades encontradas na metrópole, optamos por realizar uma entrevista com três pessoas que saíram do interior baiano em direção à Salvador. Confira a entrevista abaixo e descubra as razões e diferentes histórias:

1.  Qual seu nome, idade e qual sua cidade de origem?

Manoel: Meu nome é Manoel Messias, tenho 26 anos e sou de Guanambi.
Romualdo: Romualdo Carneiro Rios, 51 anos, Pé de Serra.
João Marcelo: João Marcelo Farias, tenho 24 anos e sou de Feira de Santana.

2. Quando mudou de cidade?

Manoel: Mudei para Salvador quando tinha 18 anos.
Romualdo: Mudei aos 14 anos para Feira de Santana, e há 25 anos estou morando em Salvador.
João Marcelo: No segundo semestre de 2007.

3. Por que você quis ou precisou mudar de cidade?

Manoel: Eu já tinha vontade de vir para a Capital, para isso, prestei vestibular da UFBA do curso que eu queria, que era arquitetura, e passei. Achei que precisa disso para evoluir.
Romualdo: Precisei me mudar para  trabalhar e estudar, vim pra Salvador porque consegui um emprego melhor, como representante comercial e atuava na região metropolitana.
João Marcelo: Eu quis mudar de cidade, porque eu passei no vestibular da UFBA . Penso que se tratava de um ensino jurídico de boa qualidade, em um local onde eu poderia ter melhores oportunidades, tanto profissionais, quanto acadêmicas.

4. Você gostou da mudança? Quais as suas expectativas?

Manoel: Gostei sim,  me tornei mais independente, abri minha mente em muitos aspectos , porque no interior morava com meus pais que são extremamente conservadores e não tinha muita oportunidade de ver o mundo além daquilo. Gostei muito da mudança e não me arrependo de forma alguma. Além disso, realizei o meu principal objetivo, fiz um ótimo curso na universidade. Todas as minhas expectativas foram e estão sendo alcançadas.
Romualdo: Sim, tudo que construí, foi fruto da minha mudança. Concluí meus estudos, arranjei um emprego no banco, conheci minha esposa, tive meus filhos, e há 25 anos estou morando em Salvador. Tive uma oportunidade de emprego de representante comercial, e há 3 anos fiz o curso para ser corretor de imóvel, minha atual profissão. Minha expectativa é atuar na área de vendas imobiliárias, profissão que em salvador está crescendo bastante.
João Marcelo: Sim, eu gostei da mudança porque abriu meus olhos para novas possibilidades, para o convívio com pessoas de realidades bastante diferentes e me trouxe amadurecimento, pelo fato de eu morar sozinho atualmente. Tenho a expectativa de permanecer na cidade estudando e, eventualmente, lecionando na instituição da qual sou egresso, bem como me inserindo no mercado de trabalho soteropolitano.
5. Quais foram as dificuldades encontradas na cidade?
Manoel: Eu na verdade não tive grandes dificuldades, porque vinha muito a Salvador quando ainda morava na minha cidade. A coisa que mais me incomodou foi ter que enfrentar o trânsito. Não era como hoje, mas comparado com Guanambi, era muito mais estressante, afinal lá não há muito movimento de carros. Mas para isso, procurei morar perto na universidade e próximo ao centro.
Romualdo: Tive um pouco de dificuldade de lidar com muito movimento, como ruas com muito movimento de pessoas e carros. Não digo que foi bem dificuldade, e sim estranhamento. Mas, consegui superar isso com muita tranquilidade.
João Marcelo: A mobilidade urbana e a constante sensação de insegurança.

6. Pretende voltar para cidade Natal? Por quê?

Manoel: Na verdade, quando me formei voltei para Guanambi para trabalhar, mas não consegui me readaptar a vida lá e voltei para Capital. Hoje moro aqui, trabalho na minha área e estou satisfeito. Não penso em voltar para lá, a não ser para visitar os familiares.
Romualdo: No momento não. Mas não sabemos do futuro. Gosto de Salvador e quero sempre ter meus filhos por perto, todos moram aqui e sem falar da minha profissão, aqui tenho mais oportunidades. 
João Marcelo: No momento não, pois tenho expectativas profissionais de permanecer na cidade e aqui tenho condições de me especializar de maneira mais completa.


Dentre os motivos que geram o êxodo para metrópoles, destacam-se: a busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infraestrutura e serviços diversos (hospitais, transportes, educação, etc).  Mas, diante dessa entrevista, percebe-se que a maioria dessas pessoas fazem essas mudanças por melhor oportunidade de trabalho e educação acadêmica. 

AUTORA: Adriana Pitanga

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